quarta-feira, 22 de junho de 2016

Arquitetura regional I - Xaxim-SC

Depois de um longo tempo sem publicar, aqui estou de volta (finalmente hahaha), com o resultado de uma longa análise histórica da minha cidade natal, Xaxim, localizada no oeste Estado de Santa Catarina, sul do Brasil. Esta "longa análise" que citei foi feita ao longo dos anos, inicialmente sem pretensão, apenas pela curiosidade e gosto por conhecer e imaginar a história das épocas anteriores ao meu nascimento, e relembrar as épocas que eu convivi, através de lembranças, leituras que fiz, e fotos que consegui através de várias pessoas ao longo do tempo.

A cidade foi colonizada na década de 1920 principalmente por imigrantes descendentes de italianos vindos do Estado do Rio Grande do Sul, em busca de novas terras para viver. Anteriormente a colonização, o território de Xaxim era habitado por caboclos, e antes por índios Kaigangs, porém, obviamente, não existem registros fotográficos dessas épocas.

A seguir, você verá a série de desenhos que fiz para demonstrar as alterações que ocorreram na área central da cidade ao longo das décadas, tanto em termos arquitetônicos, urbanísticos, como também, consequentemente, em termos naturais, principalmente a vegetação, a partir da colonização, quando foram obtidos os primeiros registros fotográficos do local.

7.1 - 1939
7.2 - 1955
7.3 - 1975
7.4 - 1995
7.5 - 2015





Arquitetura regional I - Xaxim-SC

Depois de um longo tempo sem publicar, aqui estou de volta (finalmente hahaha), com o resultado de uma longa análise histórica da minha cidade natal, Xaxim, localizada no oeste Estado de Santa Catarina, sul do Brasil. Esta "longa análise" que citei foi feita ao longo dos anos, inicialmente sem pretensão, apenas pela curiosidade e gosto por conhecer e imaginar a história das épocas anteriores ao meu nascimento, e relembrar as épocas que eu convivi, através de lembranças, leituras que fiz, e fotos que consegui através de várias pessoas ao longo do tempo.

A cidade foi colonizada na década de 1920 principalmente por imigrantes descendentes de italianos vindos do Estado do Rio Grande do Sul, em busca de novas terras para viver. Anteriormente a colonização, o território de Xaxim era habitado por caboclos, e antes por índios Kaigangs, porém, obviamente, não existem registros fotográficos dessas épocas.

A seguir, você verá a série de desenhos que fiz para demonstrar as alterações que ocorreram na área central da cidade ao longo das décadas, tanto em termos arquitetônicos, urbanísticos, como também, consequentemente, em termos naturais, principalmente a vegetação, a partir da colonização, quando foram obtidos os primeiros registros fotográficos do local.

7.1 - 1939
7.2 - 1955
7.3 - 1975
7.4 - 1995
7.5 - 2015





quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Riviera Campo Grande - Maquete

Tirando teias de aranha que já estavam encobrindo o blog, inicio o ano mostrando um trabalho meu de alguns meses atrás. Trata-se da maquete do Edifício Riviera Campo Grande, que será construído em breve.

6.1
De autoria do arquiteto Fernando Matos, é um empreendimento da Edificatto Construtora, com sede em Primavera do Leste, Mato Grosso, e o lançamento do empreendimento e início da venda dos apartamentos ocorreu na metade do mês de outubro de 2013, pouco depois da finalização e entrega da maquete a construtora.

O edifício possuirá dez pavimentos, incluindo o pavimento térreo, sendo que o térreo será composto por um saguão, bicicletário, brinquedoteca, área de lazer com churrasqueira, piscina, sauna, além de garagem com vagas para os veículos dos moradores, sendo duas a três vagas por apartamento.

São seis apartamentos por pavimento, e os dois pavimentos mais altos serão compostos por apartamentos duplex, totalizando 48 apartamentos.

6.3
6.2
6.4 Parte do estacionamento/garagem

6.5
A maquete foi feita na escala 1:50, o que permitiu que eu conseguisse fazer em nível bem detalhado, como pode ser observado nas fotos. Procurei representar o mais fiel possível cores, texturas e principalmente a proporção dos detalhes, revestimentos de piso, parede, água da piscina, gramado e demais vegetações, além do telhado, móveis (exemplo dos cadeirões de piscina, cadeiras e mesas nas sacadas, e também as banheiras spa nos terraços dos duplex), janelas de vidro e venezianas, pérgolas de madeira, entre muitos outros detalhes que fizeram com que a maquete tivesse um aspecto muito próximo a realidade, ou seja, de como o prédio ficará depois de construído.

6.6 Vista da entrada principal

6.7
6.8
6.9 Espaço de trabalho em uma das madrugadas em que trabalhei na maquete. O Mustang que aparece na foto é um dos carros que encolhi para utilizar na maquete.
...está bem, é mentira ahahah, ele estava aqui de visita e eu não o encolhi


quinta-feira, 31 de maio de 2012

Falando em reaproveitamento...

Continuando o assunto, neste post vou mostrar duas de minhas criações, em meu local de trabalho.
A primeira, fiz há mais de um ano, minha mesa de desenho, onde aproveitei uma das rodas de madeira que formava uma bobina de cabos de energia elétrica, que uma empresa de energia descartou após utilizar.
A estrutura em si fiz em MDF melamínico, com o tampo inclinável, e como eu precisava de uma parte fixa, que não inclinasse, incluí o tampo que criei com a roda de bobina, unindo o contemporâneo e o rústico.

5.1 Mesa de desenho do Giovani.

A segunda criação que mostrarei eu finalizei nesta semana, um baú com acento, para dar conforto aos nossos clientes e visitas.
Aproveitei uma caixa de madeira que a mesma empresa de energia descartou, ou seja, também iria para o lixo ou viraria lenha. Como eu não tinha intensão em gastar com material ou até mesmo comprando um sofá, resolvi utilizar a caixa, que além de ser do tamanho que eu precisava, pode servir de baú para guardar revistas e jornais. Parafusei uma peça em MDF para ter espaço para apoiar revistas, e no restante produzi uma tampa estofada para fechar o baú, e ao mesmo tempo servir de acento.

5.2 Como era a caixa quando comecei a tingir a madeira.

5.3 O baú pronto, com estofado em couro sintético.

5.4 A parte fixa serve de apoio para revistas.

5.5 Com a tampa aberta.

terça-feira, 15 de maio de 2012

A falsa e a verdadeira Arquitetura


Há alguns meses, ao entregarmos para um cliente um móvel feito com madeira de demolição (madeira reaproveitada, no caso, rústica, sem acabamento), me ocorreu uma situação interessante que me inspirou a escrever este texto: Meu colega, o marceneiro Didi disse: “Se alguém encontrasse um móvel desses na casa de um pobre, diria ‘Pobre coitado, nem tem condições de ter um móvel decente em casa...’, mas se encontrasse o mesmo móvel na casa de um rico, diria ‘Nossa! Que móvel chique!’ Porque na casa do rico, o lixo se torna luxo.”
Achei além de engraçada, interessante a colocação dele a respeito disso, pois demonstra que cada pessoa tem um ponto de vista diferente para cada situação, e como os “modismos e tendências” influenciam no que pode ser considerado usual ou não.
Essa questão da utilização da madeira de demolição partiu da necessidade de reaproveitamento, pois nos dias atuais já se tomou consciência por boa parte da população que precisamos fazer o máximo para preservar as matas nativas, o que não acontecia até algumas décadas atrás, pois eram retiradas das matas muitas arvores como Mogno, Cerejeira, Imbuia, Louro, Angico, entre muitas outras para utilizar a madeira.
Hoje em dia isso mudou muito, pois madeiras como essas são difíceis de encontrar, justamente porque são de arvores que demoram muitos anos para crescer, e como antigamente não se tinha o costume de replantar, essas arvores estão escassas e as poucas que restam são protegidas por leis que proíbem o seu corte e utilização.

4.1 Exemplo de madeira que poderá ser reutilizada.

4.2 Aspecto de madeira que sofreu a ação do tempo.

Tudo isso incentivou o reflorestamento, que pode ser feito exclusivamente para o corte, mas conforme é cortada uma quantidade de arvores, no mínimo a mesma quantidade deve ser replantada e assim por diante. Para isso são utilizadas arvores que crescem com mais rapidez, os exemplos que mais vemos no Brasil são o Pinus e o Eucalipto, utilizados para fabricação de celulose, chapas de MDF (fibra de média densidade, utilizado principalmente para fabricação de móveis) ou mesmo a própria madeira maciça, na construção civil, para lenha, entre inúmeras outras formas de utilização. Outros exemplos de arvores que também estão sendo utilizadas para reflorestamento são a Teca e o Pau de Balsa.

4.3 Exemplo de plantação de Eucalipto.

4.4 Construção feita em madeira, década 1940 (Xaxim-SC).

4.5 Tábuas retiradas de construção em madeira.

Então por exemplo, ao demolir (ou desmanchar) uma casa antiga (ou mesmo uma porteira velha), que tenha sido construída com madeira imbuia, seria pecado transformar em lenha (ou seja, queimar uma madeira tão resistente e que é tão difícil de encontrar nos dias de hoje), aí surge o reaproveitamento, utilizando-a para fabricação de móveis, portas, painéis, ou o que a imaginação e a necessidade permitirem. Na maioria das vezes é preservada a madeira rústica, sem acabamento ou com acabamento envelhecido, não escondendo que a madeira já é velha, já foi utilizada e sofreu a ação do tempo.
Tanto que isso se tornou “moda”, “tendência”, algo “chique” (como na célebre frase do Didi).
Aí entra a questão: Será que as pessoas que seguem essa “tendência” (não gosto desse termo, mas para melhor entendimento...) fazem isso pensando em contribuir com a preservação do meio ambiente ou pensam apenas em ser “chiques”, seguindo uma “moda passageira”?
Vejo inúmeros casos de pessoas que utilizam elementos (móveis, portas, etc.) em madeira de demolição e que se dizem a favor da preservação do meio ambiente, e ao mesmo tempo utilizam seus automóveis para ir ao mercadinho da esquina que fica a 50 metros de distância (consumindo combustível desnecessariamente e poluindo o ar), ou ainda utilizam condicionadores de ar (climatização forçada, grande consumidor de energia elétrica) 24 horas por dia em toda residência, ou também preenchem os espaços do terreno com piso, concreto, sem pensar em deixar algum espaço gramado, permeável com vegetações... Isso é o que eu chamo de “a falsa arquitetura”, pois apenas segue tendências visuais, decorativas, sem se preocupar com a funcionalidade, economia, preservação do meio ambiente, e acima de tudo com a saúde da família, dos seres humanos e dos animais de estimação. Muitas vezes a tendência “tende” a se tornar uma falsa arquitetura.

4.6 Exemplo de painel feito com madeira de demolição.


4.7 Exemplo de porta feita com madeira de demolição.

A verdadeira arquitetura busca estar em harmonia com a natureza, preservando-a, aproveitando a ventilação natural e utilizando adequadamente as posições solares, economizando energia elétrica e na melhor das situações aproveitando a agua das chuvas. Além, é claro, da utilização de materiais reaproveitados ou que não provoquem degradação ao meio ambiente. Enfim, a verdadeira arquitetura busca preservar ao máximo a natureza, transmitindo conforto, bem estar e menos custos para seus usuários. 




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Solar dos Jatobás - Maquete

Olá! Depois de algum tempo sem postar aqui, volto com um trabalho meu... não um projeto meu, mas uma maquete que eu fabriquei, de um condomínio vertical que será construído em breve aqui na cidade onde moro, Primavera do Leste.
O projeto é da arquiteta e engenheira civil Iraci Ruaro, e será construído por sua construtora, Tupã, que já tem 25 anos de existência, e já construiu vários edifícios aqui na cidade. A previsão para o início das obras é para novembro ou dezembro deste ano.

Descrevendo um pouco como será o condomínio, serão dois blocos com oito pavimentos cada, e cada um com quatro apartamentos por pavimento, sendo no pavimento térreo três apartamentos, o hall, uma academia e uma brinquedoteca.


Haverá uma área de lazer com uma quadra poliesportiva, um playground maior, um menor, três quiosques com churrasqueira, um salão de festas, denominado espaço gourmet e piscina com três níveis.

Haverá estacionamento com vaga para dois veículos por apartamento.
Fui solicitado a desenvolver a maquete para a divulgação da venda dos apartamentos, que foram vendidos em poucas semanas.





Utilizei a escala 1:50, um tamanho que possibilita um grande nível de detalhamento, busquei representar ao máximo como será depois de construído, para que os compradores e admiradores pudessem ter uma noção real do condomínio, suas edificações e equipamentos. Procurei eu mesmo fazer as pecinhas, como bancos do jardim, equipamentos da quadra, playground, churrasqueiras, palmeiras etc. As figuras das pessoas, os carros, postes e a maioria das árvores foram comprados prontos, pois o tempo era curto, mas o restante eu mesmo fabriquei, procurando a proporção exata e num máximo detalhamento.
Foi a maquete mais trabalhosa que fiz até hoje, por ser a mais detalhada e com menor tempo disponível para entregá-la, tive exatamente um mês para desenvolvê-la, por isso foram várias madrugadas nas dependências da Móveis Gabriel trabalhando para cumprir o prazo, mas foi muito interessante, e por que não dizer a mais prazerosa, pois é um trabalho que sempre tive imenso prazer e empolgação em realizar, sempre com ansiedade para ver o resultado. Espero que os próximos sejam ainda mais interessantes...
Veja mais fotos da maquete no meu Flickr.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

PLANO PILOTO - BRASÍLIA

Olá leitores, admiradores, curiosos, amantes ou apenas interessados em assuntos arquitetônicos e urbanísticos, hoje vou comentar sobre o plano urbanístico principal da cidade de Brasília, nossa capital federal, inaugurada no ano de 1960.

Lúcio Costa (1902-1998), arquiteto e urbanista nascido na França, mas residente no Brasil desde jovem, teve seu projeto vencedor do concurso para o plano urbanístico da nova capital federal do Brasil, na década de 1950, por iniciativa do então presidente da Republica, Juscelino Kubitschek. O local escolhido foi um planalto em pleno cerrado, no centro geográfico do Brasil, mais precisamente no Estado de Goiás, onde foi criado o Distrito Federal.
2.1 O presidente Juscelino Kubitschek e o urbanista Lúcio Costa, em 1959

2.2 O Plano Piloto
O plano piloto definido por Lúcio Costa tomou como partido o formato de cruz, curvando um dos eixos, chegando a um desenho parecido com um arco e flecha, lembrando mais uma ave de asas abertas, no qual o eixo central (ou corpo da ave) no sentido noroeste/sudeste define o fluxo principal, o chamado Eixo Monumental, abrigando pontos turísticos, edifícios e espaços públicos, e uma grande praça gramada em meio aos edifícios culturais, catedral, palácios e edifícios que formam a administração, os ministérios e os três poderes públicos federais (estes voltados para a extremidade sudeste, em direção ao Lago Paranoá).
2.3 Vista do Eixo Monumental

As “asas” laterais ao Eixo Monumental, as chamadas Asa Norte e Asa Sul, formam o eixo transversal, em suave curva, no sentido norte/sudoeste, que abriga vários setores distribuídos a partir do eixo central, iniciando com os setores bancário, hoteleiro, comercial, entre outros, seguindo com os setores residenciais e setor universitário (este na Asa Norte).
As áreas residenciais foram divididas em superquadras, que abrangem as residências em meio as áreas verdes, e entre elas foram localizados diversos pontos com serviços para atender a necessidades básicas para o dia-a-dia da população, como lojas, mercados, igrejas, escolas, praças, entre outros, distribuídos de uma forma que se possa sair de casa e chegar a esses locais percorrendo uma pequena distancia, podendo até fazer o percurso a pé, por passeios em meio as áreas de sombra, geradas pelas grandes árvores que cobrem vastos gramados, e isso sem a necessidade de atravessar avenidas com demasiado movimento de veículos.
2.4 Vista aérea a partir da Asa Norte em direção ao Eixo Monumental


2.5 Vista parcial de uma das Super Quadras Sul, foto de 1976

2.6 Bloco residencial na Asa Norte
Outro fator que contribui para diminuir as distâncias a serem percorridas pelos pedestres é a circulação com livre acesso ao interior das superquadras, e até mesmo pelos edifícios residenciais, que como são apoiados sobre pilotis, de modo que os pavimentos térreos sejam abertos e de livre circulação. Este também era o pensamento de Le Corbusier (1887-1965), arquiteto e urbanista franco-suíço, que dizia que a cidade deve aumentar suas superfícies plantadas, que é preciso construir o centro da cidade para o alto, ou seja, verticalizar as edificações, que quanto maior a densidade populacional, de uma cidade, menores são as distâncias a serem percorridas, pois a cidade ocupa um espaço relativamente menor, aumentando as áreas verdes, jardins, espaços abertos e de preservação ambiental.

Paralelamente as avenidas que formam o eixo principal das “asas” (chamado ”eixão”) estão distribuídos os prédios residenciais de formato padrão, denominados blocos, e afastando-se do “eixão”, estão distribuídas as casas unifamiliares, edificações residenciais de menor densidade.
2.7 Pavimento térreo de um dos blocos, mostrando os pilotis

2.8 Mapa do Plano Piloto - Brasília

Brasília é uma cidade com urbanismo e arquitetura modernos, apesar de já ter sido construída a pouco mais de 50 anos, até mesmo por ter sido projetada para receber um grande número de habitantes, o que obviamente já ultrapassou com anos de crescimento, formando diversas cidades satélites em volta do plano piloto.

Em uma futura postagem quero comentar a respeito da parte arquitetônica do Plano Piloto de Brasília, que tem como principal responsável o arquiteto Oscar Niemeyer.
Espero que tenham gostado deste post, um abraço a todos, e até o próximo post!