Olá leitores, admiradores, curiosos, amantes ou apenas interessados em assuntos arquitetônicos e urbanísticos, hoje vou comentar sobre o plano urbanístico principal da cidade de Brasília, nossa capital federal, inaugurada no ano de 1960.
Lúcio Costa (1902-1998), arquiteto e urbanista nascido na França, mas residente no Brasil desde jovem, teve seu projeto vencedor do concurso para o plano urbanístico da nova capital federal do Brasil, na década de 1950, por iniciativa do então presidente da Republica, Juscelino Kubitschek. O local escolhido foi um planalto em pleno cerrado, no centro geográfico do Brasil, mais precisamente no Estado de Goiás, onde foi criado o Distrito Federal.
2.1 O presidente Juscelino Kubitschek e o urbanista Lúcio Costa, em 1959 |
2.2 O Plano Piloto |
O plano piloto definido por Lúcio Costa tomou como partido o formato de cruz, curvando um dos eixos, chegando a um desenho parecido com um arco e flecha, lembrando mais uma ave de asas abertas, no qual o eixo central (ou corpo da ave) no sentido noroeste/sudeste define o fluxo principal, o chamado Eixo Monumental, abrigando pontos turísticos, edifícios e espaços públicos, e uma grande praça gramada em meio aos edifícios culturais, catedral, palácios e edifícios que formam a administração, os ministérios e os três poderes públicos federais (estes voltados para a extremidade sudeste, em direção ao Lago Paranoá).
As “asas” laterais ao Eixo Monumental, as chamadas Asa Norte e Asa Sul, formam o eixo transversal, em suave curva, no sentido norte/sudoeste, que abriga vários setores distribuídos a partir do eixo central, iniciando com os setores bancário, hoteleiro, comercial, entre outros, seguindo com os setores residenciais e setor universitário (este na Asa Norte).
As áreas residenciais foram divididas em superquadras, que abrangem as residências em meio as áreas verdes, e entre elas foram localizados diversos pontos com serviços para atender a necessidades básicas para o dia-a-dia da população, como lojas, mercados, igrejas, escolas, praças, entre outros, distribuídos de uma forma que se possa sair de casa e chegar a esses locais percorrendo uma pequena distancia, podendo até fazer o percurso a pé, por passeios em meio as áreas de sombra, geradas pelas grandes árvores que cobrem vastos gramados, e isso sem a necessidade de atravessar avenidas com demasiado movimento de veículos.
2.4 Vista aérea a partir da Asa Norte em direção ao Eixo Monumental |
2.5 Vista parcial de uma das Super Quadras Sul, foto de 1976 |
2.6 Bloco residencial na Asa Norte |
Outro fator que contribui para diminuir as distâncias a serem percorridas pelos pedestres é a circulação com livre acesso ao interior das superquadras, e até mesmo pelos edifícios residenciais, que como são apoiados sobre pilotis, de modo que os pavimentos térreos sejam abertos e de livre circulação. Este também era o pensamento de Le Corbusier (1887-1965), arquiteto e urbanista franco-suíço, que dizia que a cidade deve aumentar suas superfícies plantadas, que é preciso construir o centro da cidade para o alto, ou seja, verticalizar as edificações, que quanto maior a densidade populacional, de uma cidade, menores são as distâncias a serem percorridas, pois a cidade ocupa um espaço relativamente menor, aumentando as áreas verdes, jardins, espaços abertos e de preservação ambiental.
Paralelamente as avenidas que formam o eixo principal das “asas” (chamado ”eixão”) estão distribuídos os prédios residenciais de formato padrão, denominados blocos, e afastando-se do “eixão”, estão distribuídas as casas unifamiliares, edificações residenciais de menor densidade.
2.7 Pavimento térreo de um dos blocos, mostrando os pilotis |
2.8 Mapa do Plano Piloto - Brasília |
Brasília é uma cidade com urbanismo e arquitetura modernos, apesar de já ter sido construída a pouco mais de 50 anos, até mesmo por ter sido projetada para receber um grande número de habitantes, o que obviamente já ultrapassou com anos de crescimento, formando diversas cidades satélites em volta do plano piloto.
Em uma futura postagem quero comentar a respeito da parte arquitetônica do Plano Piloto de Brasília, que tem como principal responsável o arquiteto Oscar Niemeyer.
Em uma futura postagem quero comentar a respeito da parte arquitetônica do Plano Piloto de Brasília, que tem como principal responsável o arquiteto Oscar Niemeyer.
Espero que tenham gostado deste post, um abraço a todos, e até o próximo post!
Muito bom o post!! É bom saber como tudo começou
ResponderExcluirJuliane
ficou muito bom! parabéns..essas informações vão me ajudar no projeto tratos e retratos da C.E.Juvenal José Pedroso-Goiânia-GO, que visa ressaltar a história e cultura de Brasília.
ResponderExcluirMuito obrigado! Fico feliz em contribuir um pouco com o conhecimento e a pesquisa, mostrando a importância da arquitetura e do urbanismo na nossa história!
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