quarta-feira, 4 de maio de 2011

PLANO PILOTO - BRASÍLIA

Olá leitores, admiradores, curiosos, amantes ou apenas interessados em assuntos arquitetônicos e urbanísticos, hoje vou comentar sobre o plano urbanístico principal da cidade de Brasília, nossa capital federal, inaugurada no ano de 1960.

Lúcio Costa (1902-1998), arquiteto e urbanista nascido na França, mas residente no Brasil desde jovem, teve seu projeto vencedor do concurso para o plano urbanístico da nova capital federal do Brasil, na década de 1950, por iniciativa do então presidente da Republica, Juscelino Kubitschek. O local escolhido foi um planalto em pleno cerrado, no centro geográfico do Brasil, mais precisamente no Estado de Goiás, onde foi criado o Distrito Federal.
2.1 O presidente Juscelino Kubitschek e o urbanista Lúcio Costa, em 1959

2.2 O Plano Piloto
O plano piloto definido por Lúcio Costa tomou como partido o formato de cruz, curvando um dos eixos, chegando a um desenho parecido com um arco e flecha, lembrando mais uma ave de asas abertas, no qual o eixo central (ou corpo da ave) no sentido noroeste/sudeste define o fluxo principal, o chamado Eixo Monumental, abrigando pontos turísticos, edifícios e espaços públicos, e uma grande praça gramada em meio aos edifícios culturais, catedral, palácios e edifícios que formam a administração, os ministérios e os três poderes públicos federais (estes voltados para a extremidade sudeste, em direção ao Lago Paranoá).
2.3 Vista do Eixo Monumental

As “asas” laterais ao Eixo Monumental, as chamadas Asa Norte e Asa Sul, formam o eixo transversal, em suave curva, no sentido norte/sudoeste, que abriga vários setores distribuídos a partir do eixo central, iniciando com os setores bancário, hoteleiro, comercial, entre outros, seguindo com os setores residenciais e setor universitário (este na Asa Norte).
As áreas residenciais foram divididas em superquadras, que abrangem as residências em meio as áreas verdes, e entre elas foram localizados diversos pontos com serviços para atender a necessidades básicas para o dia-a-dia da população, como lojas, mercados, igrejas, escolas, praças, entre outros, distribuídos de uma forma que se possa sair de casa e chegar a esses locais percorrendo uma pequena distancia, podendo até fazer o percurso a pé, por passeios em meio as áreas de sombra, geradas pelas grandes árvores que cobrem vastos gramados, e isso sem a necessidade de atravessar avenidas com demasiado movimento de veículos.
2.4 Vista aérea a partir da Asa Norte em direção ao Eixo Monumental


2.5 Vista parcial de uma das Super Quadras Sul, foto de 1976

2.6 Bloco residencial na Asa Norte
Outro fator que contribui para diminuir as distâncias a serem percorridas pelos pedestres é a circulação com livre acesso ao interior das superquadras, e até mesmo pelos edifícios residenciais, que como são apoiados sobre pilotis, de modo que os pavimentos térreos sejam abertos e de livre circulação. Este também era o pensamento de Le Corbusier (1887-1965), arquiteto e urbanista franco-suíço, que dizia que a cidade deve aumentar suas superfícies plantadas, que é preciso construir o centro da cidade para o alto, ou seja, verticalizar as edificações, que quanto maior a densidade populacional, de uma cidade, menores são as distâncias a serem percorridas, pois a cidade ocupa um espaço relativamente menor, aumentando as áreas verdes, jardins, espaços abertos e de preservação ambiental.

Paralelamente as avenidas que formam o eixo principal das “asas” (chamado ”eixão”) estão distribuídos os prédios residenciais de formato padrão, denominados blocos, e afastando-se do “eixão”, estão distribuídas as casas unifamiliares, edificações residenciais de menor densidade.
2.7 Pavimento térreo de um dos blocos, mostrando os pilotis

2.8 Mapa do Plano Piloto - Brasília

Brasília é uma cidade com urbanismo e arquitetura modernos, apesar de já ter sido construída a pouco mais de 50 anos, até mesmo por ter sido projetada para receber um grande número de habitantes, o que obviamente já ultrapassou com anos de crescimento, formando diversas cidades satélites em volta do plano piloto.

Em uma futura postagem quero comentar a respeito da parte arquitetônica do Plano Piloto de Brasília, que tem como principal responsável o arquiteto Oscar Niemeyer.
Espero que tenham gostado deste post, um abraço a todos, e até o próximo post!

3 comentários:

  1. Muito bom o post!! É bom saber como tudo começou

    Juliane

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  2. ficou muito bom! parabéns..essas informações vão me ajudar no projeto tratos e retratos da C.E.Juvenal José Pedroso-Goiânia-GO, que visa ressaltar a história e cultura de Brasília.

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  3. Muito obrigado! Fico feliz em contribuir um pouco com o conhecimento e a pesquisa, mostrando a importância da arquitetura e do urbanismo na nossa história!

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